26 de mai. de 2007

O Que Será - Chico e Milton Nascimento

Exílio (ALEJANDRA PIZARNIK)


Esta mania de me saber anjo,
sem idade,
sem morte para a qual viver,
sem piedade por meu nome
nem por meus ossos que choram vagando

E quem não tem um amor?
E quem não goza por entre amapolas?
E quem não possui um fogo, uma morte,
um medo, algo horrível,
ainda que fira com plumas,
ainda que fira com sorrisos?

Sinistro delírio amar uma sombra.
A sombra não morre.
E meu amor
só abraça ao que flui
como lava do inferno:
una loja calada,
fantasmas em doce ereção,
sacerdotes de espuma,
e sobretudo anjos,
anjos belos como lâminas
que se elevam na noite
e devastam a esperança.

TU (Maiakovski)


Entraste.

A sério, olhaste

a estatura,

o bramido

e simplesmente adivinhaste:

uma criança.

Tomaste, arrancaste-me o coração

e simplesmente foste com ele jogar

como uma menina com sua bola.

E todas,

como se vissem um milagre,

senhoras e senhorias exclamaram:

- A esse amá-lo?

Se se atira em cima,

derruba a gente!

Ela, com certeza, é domadora!

Por certo, saiu duma jaula!

E eu júbilo

esqueci o julgo.

Louco de alegria

saltava

como em casamento de índio,

tão leve, tão bem me sentia.

Si me Quieres

Si me quieres, quiéreme entera,
no por zonas de luz o sombra…
Si me quieres, quiéreme negra
Y blanca. Y gris, verde, y rubia,
Y morena…
Quiéreme día, Quiéreme noche…
¡Y madrugada en la ventana abierta!...
Si me quieres, no me recortes:
¡Quiéreme toda….O no me quieras!

Dulce Maria Loynaz(México)