7 de abr. de 2007

FONTES DAS FIGURAS DE SINTAXE

Dizem que a Fonte das Figuras de Sintaxe é um lugar mágico.É que às vezes surgem criaturas estranhas da água que jorra da fonte. E ali estava o nosso amigo Tomás Nota bebendo da fonte, quando tomou um super susto: pelo reflexo da água, viu que quatro Figuras de Sintaxe estavam atrás dele. E a primeira falou: - Se quiser me chamar um dia, Elipse. Eu faço sumir palavras de uma frase, as que não fazem falta. (Sem a Elipse, a frase ficaria assim: "Se quiser me chamar um dia, meu nome é Elipse. Eu faço sumir palavras de uma frase, mas apenas as palavras que não fazem falta") Ao seu lado estava o Pleonasmo: - Queria vê-lo com meus próprios olhos! A mim já me haviam informado que você estava passeando na Cidade da Gramática, mas queria vê-lo pessoalmente. Muito prazer, Pleonasmo é como me chamam. Sou o completo oposto da minha irmã Elipse: vivo colocando palavras desnecessárias nas frases, só para tornar o bonito mais belo! Então foi a vez do Anacoluto: - Falar, escrever, muita gente sabe falar e escrever. Mas as Figuras de Sintaxe, somos nós que fazemos as frases ficarem mais bonitas. Eu, Anacoluto, coloco palavras no início das frases que não têm relação com o fim. Fica chique, não é? Por fim, a bela Silepse apresentou-se: - As Figuras de Sintaxe estamos muito felizes em conhecê-lo. O povo nos chama quando querem falar ou escrever de um modo mais sofisticado. Eu, por exemplo, crio concordâncias diferentes do normal. A isso chamam Silepse. (Se ela fosse falar do modo mais comum, seria assim: "As Figuras de Sintaxe estão muito felizes em conhecê-lo. O povo nos chama quando quer falar ou escrever de um modo mais sofisticado" . Do jeito dela fica mais bacana, você não acha?

CARROSEL DA LINGUAGEM

Quando Tomás Nota estava subindo no Carrossel da Linguagem, um garoto chamou sua atenção:- Seu cadalço está desamarrado. Outro dia minha irmã estava andando assim, caiu e machucou a boca dela. Meu avô até falou: "É preciso circunspecção para não ter de pernoitar no nosocômio". Aí nós riu. O gerente do carrossel veio com uma colher e um vidrinho onde estava escrito: "Xarope de Gramática". - Que horror! Este menino está cheio de vícios de linguagem! Assim não pode brincar no carrossel.O homem fez o garoto engolir o xarope, e continuou: - "Cadalço" é um barbarismo! Ou seja, escrever ou falar desrespeitando as normas da Gramática. O certo é cadarço. Ele também está com cacofonia: "boca dela" tem um som que a gente confunde com "cadela". Parece que a irmã dele machucou a cadela, e não sua boca. Não dava descanso, esse gerente: - E o solecismo, então? "Nós riu"... O verbo tem que concordar com o sujeito. Se "Nós" é a 1ª pessoa do plural, o verbo tem que estar no plural também: Nós rimos. E ainda arrematou, enquanto o garoto e Tomás Nota pulavam no carrossel:- Aliás, seu avô também precisava de um xaropinho de Gramática. Por que dizer "é preciso circunspecção para não ter de pernoitar no nosocômio"? Assim fica muito mais claro: é preciso cuidado para não passar a noite no hospital. Que preciosismo! Havia um riso preso entre os lábios de Tomás Nota. Ele gritou, quando o carrossel começou a rodar: - Carrossel é barbarismo! E explicou para o garoto que tomou xarope: - Como carrossel é uma palavra francesa, na verdade, usá-la como se fosse da língua portuguesa é um barbarismo. Garoto esperto, este Tomás Nota. Vícios de linguagem são erros gramaticais muito praticados, como o barbarismo, a cacofonia, o solecismo e o preciosismo.






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